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7 de abril de 2011

História de Shri Krishna e Shri Radha

História de Shri Krishna

Shri Bhumi Devi (a Mãe Terra) estava desolada porque os reis tiranos estavam governando as suas terras e torturando os cidadãos comuns. Ela assumiu a forma de uma vaca e foi procurar o Senhor Brahma, a fim de pedir-lhe ajuda. O Senhor Brahma solicitou ao Senhor Vishnu que o auxiliasse. O Senhor Vishnu prometeu que ele e a Shesha Naga (a serpente sobre a qual o Senhor Vishnu repousa) desceriam à Terra, no afã de salvar Shri Bhumi Devi dos reis tiranos.


Ugrasena era um rei bondoso de Mathura (uma cidade que fica perto de Agra onde fica o Taj Mahal), mas tinha um filho maléfico que se chamava Kamsa. O rei tinha também uma filha muito bonita chamada Devaki. Ugrasena combinou o casamento de Devaki com o príncipe Vasudeva. Todas as pessoas ficaram muito felizes e o casamento foi realizado com pompa e circunstância. Kamsa conduziu a carruagem nupcial. Nesse momento, uma voz bem alta ecoou no céu dizendo que o oitavo filho de Devaki destruiria Kamsa. Kamsa ficou irado ao ouvir isso e agarrou Devaki pelos cabelos, pois queria cortar-lhe a cabeça. O príncipe Vasudeva impediu que Kamsa cortasse a cabeça de sua noiva e prometeu-lhe que todos os filhos gerados por Devaki lhe seriam entregues. Vasudeva, ao fazer essa promessa, nutria a esperança de que haveria uma ajuda da providência divina a fim de salvar seus futuros filhos. Kamsa concordou com essa proposta de Vasudeva e o cortejo nupcial continuou o seu caminho.

Kamsa estava sempre pensando na predição feita por aquela voz celestial. Por causa disso, ele muitas vezes tinha insônia. Ele ficou tão inseguro que aprisionou seu pai e assumiu o comando do reino. Ele aprisionou também Devaki e Vasudeva, os quais não tiveram outra opção senão a de lhe entregar todos os filhos que iam nascendo. Conforme havia prometido, Vasudeva entregou a Kamsa os seus primeiros seis filhos. Sem nenhuma hesitação, Kamsa matou todos eles, lançando-os contra uma pedra, diante de Vasudeva e Devaki. Quando Devaki ficou grávida do sétimo filho, o Poder Divino do Senhor Vishnu, Yogmaya (Vishnumaya), transferiu o nascituro Balarama para o útero de Rohini. Rohini era a primeira esposa de Vasudeva em Gokul. Por isso, o sétimo filho de Devaki foi um natimorto.

[Numa outra versão dessa história, Balarama nasceu de Devaki e foi trocado por uma menina que havia nascido morta, na cidade de Gokul, onde residia também a primeira esposa de Vasudeva, Rohini. Balarama foi levado para Gokul e entregue a Rohini que o criou como seu próprio filho.]

Yogmaya (ou Vishnumaya, o Poder Divino do Senhor Vishnu) entrou no útero de Yeshoda, a esposa de Nanda, também na cidade de Gokul. O Senhor Vishnu apareceu diante de Devaki e Vasudeva, na prisão, a fim de lhes explicar o seu plano de salvar o oitavo filho. O Senhor Vishnu disse a Vasudeva que ele deveria levar o seu oitavo filho para Gokul, deixá-lo aos cuidados de Yeshoda e trazer de volta no lugar dele a filha que nasceria de Yeshoda. Assim, o Senhor Vishnu entrou no útero de Devaki como Krishna, seu oitavo filho.

Krishna nasceu à meia-noite. Tão logo Krishna nasceu, as portas da prisão abriram-se sozinhas, os guardas adormeceram e os grilhões que estavam nos pés de Vasudeva quebraram-se espontaneamente. Vasudeva pôde assim trocar as crianças conforme havia sido planejado. Shesha Naga (a serpente sobre a qual o Senhor Vishnu repousa) deu abrigo à criança durante a viagem. Quando os guardas acordaram e ouviram o choro do bebê, eles foram correndo informar o fato a Kamsa. Kamsa foi imediatamente para a prisão e ficou muito surpreso ao ver que a criança era uma menina. Não obstante, ele segurou a menina pelos pés e jogou-a no chão, mas a criança escapou e desapareceu no céu. O céu se iluminou e Yogmaya (ou Vishnumaya)
apareceu.

Vishnumaya disse a Kamsa que o seu destruidor estava bem vivo num outro lugar. Por isso, Kamsa enviou sete de seus mais poderosos Asuras, a todos os vilarejos, a fim de matar todas as crianças recém-nascidas. Apesar dessa matança, Krishna conseguiu escapar ileso.
Posteriormente, Krishna e Balarama aniquilaram os sete Asuras enviados por Kamsa. Kamsa resolveu patrocinar um campeonato de luta e um torneio de arco em Mathura e convidou os dois irmãos já adolescentes, pois achava que poderia acabar com eles facilmente. Krishna quebrou o pesado arco símbolo do torneio em dois pedaços. Kamsa então mandou que Chanura e Mushtika, dois campeões de luta, lutassem contra Krishna e Balarama. Chanura e Mushtika foram derrotados, facil e rapidamente, por Krishna e Balarama. Kamsa ficou enfurecido e ordenou que seus soldados matassem os dois jovens, bem como Vasudeva. Krishna saltou velozmente sobre Kamsa e o matou arremessando-o contra o chão. Mais tarde, Krishna também exterminou o sogro de Kamsa, Jarasandha. Outro rei tirano aniquilado por Krishna foi Shishupala.

Os primos de Krishna, os Pandavas, tiveram seu reino usurpado ilicitamente pelos seus parentes Kauravas, conforme o Mahabharata. Por isso, Krishna tornou-se o mentor de Arjuna, a fim de lhe dar conselhos sobre as estratégias que deveriam ser adotadas contra os Kauravas (vide Bhagavad Gita).

Krishna, em algumas áreas da Índia, é considerado uma divindade e seu irmão Balarama é incluído entre os Avatares.
Outros mitos identificam Balarama como uma encarnação em forma humana da serpente Shesha. Ele pode ter sido originalmente uma divindade agrícola. Nas pinturas ele aparece sempre com uma pele branca, em contraste com a pele azul de Krishna.
Em sua infância e até o início de sua adolescência, Krishna teve como sua grande companheira Radha. Já adulto, em sua manifestação como o rei Vithala, casa-se com Rukmini.
Shri Krishna nasceu a fim de estabelecer a religião do Amor.

História de Shri Radha

Radha (cujo nome significa prosperidade e sucesso) perdeu sua mãe aos seis anos e foi deixada com sua avó materna, em Barsana. Seu pai Vrishbhanu mudou-se, com suas duas esposas, para Vindravana. Em sua pequena cidade, Radha era amada por todos. Com a morte de sua avó, quando tinha mais ou menos 11 anos foi mandada para a casa de seu pai, em Vindravana. Em sua viagem, hospedou-se, na casa de seus primos, em Gokul, onde conheceu Krishna (que tinha na época, sete anos). Quando Krishna e Radha se encontraram ambos sentiram que jamais estiveram separados e que sempre haviam se amado.

O pai de Radha havia se comprometido em casá-la com Aiyan que era bem mais velho do que ela e que integrava o exército de Kamsa. Radha sabia disso, mas era uma menina de 12 anos incapaz de avaliar as conseqüências de tal fato.

Em Gokul, os lobos começaram a atacar o gado e Nanda (pai adotivo de Krishna) como chefe dos Yadavas de Gokul, determinou que todos deveriam transferir-se para Vrindavana com todos os seus pertences. Mais uma vez, o encontro de Radha com Krishna pareceu-lhes algo que não havia sofrido nenhuma interrupção. A vida de ambos em Vrindavana foi cercada de alegrias e folguedos infantis. Era comum a concentração de jovens nas praias do rio Yamuna, onde cantavam e dançavam. Radha compôs vários poemas em homenagem a Krishna, os quais foram por ele musicados e durante as festividades eram cantados por todo o grupo. Nessa época, Krishna tinha mais ou menos 12 anos e dançou a Rasa-Lila com as Gopis (pastoras).

Como as Gopis se moviam cada vez mais rapidamente, Krishna colocava sua flauta na cintura e dançava com todas elas. No dia seguinte, cada uma delas afirmava, com orgulho, que Krishna havia dançado apenas e tão-somente com ela. Isso induz a pensar no caráter múltiplo e ubíquo da Divindade, apesar de cada um pensar que mantém com Deus uma relação especial, exclusiva e pessoal, o que é uma forma de afirmação egocêntrica.

Os anos se passaram e aproximou-se o dia em que Aiyan deveria vir a Vrindavana para se casar com Radha. Ele era para Radha um completo estranho, com quem não queria se casar. Seu coração pertencia a Krishna e só a ele. Krishna, no entanto, era filho do chefe, e seria o seu sucessor. Assim, Krishna fazia parte de um clã mais importante do que o de Radha. Krishna procurou sua ‘mãe’ Yeshoda e lhe disse que ele pretendia se casar com Radha. Yeshoda se opôs ao casamento por duas razões: Radha era de uma família de categoria inferior e era mais velha do que Krishna. Krishna argumentou que Radha seria uma ótima esposa e nora e, além disso, era comum encontrar casais em que a esposa era um pouco mais velha.

Nanda e Yeshoda não conseguiam negar nada a Krishna e concordaram com o casamento com Radha. Quando Krishna completou 16 anos, o Guru Gargacharya foi a Vrindavana comunicar-lhe que havia chegado a hora em que ele (Krishna) deveria enfrentar e exterminar o maléfico Kamsa, num grande festival sagrado.

Radha, por ser uma camponesa, recusou-se a acompanhar Krishna a Mathura, porque Krishna tinha uma linhagem real. Ela se sentiria melhor se ficasse em Vrindavana cuidando de Yeshoda e de Nanda. Radha pediu a Krishna que deixasse sua flauta com ela e lhe disse: “perdoa-me por algum sofrimento que esteja te causando. Não posso ir contigo para Mathura. O Krishna que vive em meus olhos usa flores silvestres nas orelhas e anda com um pedaço de bambu nas mãos. Ele tange o gado para o pasto. Toca a flauta de forma sublime. É alegre e corajoso e tem um eterno sorriso nos lábios. Não consigo imaginá-lo como um príncipe e, por isso, não posso acompanhá-lo até Mathura. ... Amei-te sempre e para ti vivi sempre. Deixa que eu continue em Vrindavana cuidando de teu pai e de tua mãe. Ela suspirou e continuou a falar como se estivesse sonhando...

Posteriormente, por volta do século doze, o amor de Krishna e Radha inspirou belos poemas que se encontram reunidos no Gita Govinda de Jayadeva. O Gita Govinda é uma das preciosidades da poesia universal e é comparada por muitos, em beleza e inspiração, ao Cântico dos Cânticos de Salomão constante da Bíblia.


Fonte : Apostilas da Sahaja Yoga