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12 de julho de 2011

Shri Buddha - História e Ensinamentos



Shri Buddha está situado no Agnya Direito do nosso Sistema Sutil.

A História de Shri Buddha

Suddhodhana e sua esposa Mayadevi eram os senhores do reino de Sakya. Certa noite a rainha Mayadevi teve um sonho de que um elefante branco com três trombas de cada lado havia tocado o seu ventre. Alguns meses mais tarde, enquanto ela estava viajando para a casa de seus pais, deu à luz um menino que foi chamado de Sidharta. O rei chamou o sábio Asita a fim de abençoar a criança e elaborar o mapa astral dela. O sábio predisse que Sidharta ou seria um grande rei ou renunciaria ao mundo e se transformaria num grande sábio.

O rei Suddhodhana não gostou da idéia de que seu filho renunciasse ao mundo. Ele quis assegurar-se de que Sidharta cresceria e se tornaria um grande rei. Suddhodhana ordenou aos seus subordinados que removessem todas as coisas do palácio que pudessem lembrar sofrimento ou miséria e cercassem o príncipe com todos os tipos de coisas luxuosas e prazerosas. O príncipe não podia sair do palácio.


Quando Sidharta atingiu a idade de se casar, seu pai apresentou-lhe uma bela moça, Yashodhara, e eles se casaram. Pouco depois ela teve um filho. Agora Sidharta tinha tudo que um homem almeja para ser feliz. Ele era muito feliz.

Um dia, um estranho sentimento apoderou-se do príncipe. Ele queria ver o que é que havia fora do palácio. Pediu ao seu pai, Suddhodhana, a permissão para ir à cidade de carruagem. Suddhodhana concordou com o pedido, mas antes de Sidharta sair, ele ordenou que fossem removidas todas as coisas desagradáveis que houvessem no roteiro da carruagem. Channa, o condutor da carruagem, era um homem sábio. Ele transportou Sidharta para a cidade. Sidharta queria ver mais coisas. Channa então levou-o para fora dos muros da cidade. Sidharta então viu um homem idoso caminhando curvado com uma bengala na mão. Ele nunca havia visto uma pessoa idosa e por isso perguntou a Channa o que havia de errado com aquela pessoa. Channa lhe disse que era um homem idoso. Sidharta perguntou-lhe então se todo mundo, inclusive ele próprio, teria de envelhecer. Channa respondeu-lhe que sim e, pela primeira vez na sua vida, Sidharta se sentiu muito infeliz com a perspectiva do envelhecimento.

No dia seguinte, Sidharta foi, mais uma vez, dar um passeio de carruagem. Dessa vez, ele viu um homem doente chorando de dor. Channa lhe disse que o homem estava sofrendo de uma doença e que qualquer pessoa, inclusive ele, Sidharta, estaria sujeita à doenças. Mais uma vez, Sidharta sentiu-se muito infeliz. De repente, foi destruída a crença de Sidharta de que não havia miséria na Terra.

Na próxima vez que Sidharta saiu para visitar a cidade, ele viu várias pessoas carregando o corpo de um homem e cantando Ram Nam Satya Hai. Channa então explicou-lhe que aquele homem estava morto, porém Sidharta não sabia o que era a morte.Ele se sentiu novamente muito infeliz.

Quando Sidharta retornou ao palácio, ele começou a refletir sobre tudo que havia visto. Começou a imaginar se a sua esposa, Yashodhara, ficaria velha e feia um dia, se seu filho ficaria doente e se ele morreria um dia fazendo com que sua família ficasse muito pesarosa com isso. Ele ficou muito triste. A redoma de felicidade construída por seu pai em torno dele, para que ele não sofresse, desmoronou completamente.

Da próxima vez que saiu, Sidharta viu um homem de cabelos brancos com uma longa barba, que usava roupa laranja, sentado debaixo de uma árvore, com as pernas cruzadas, meditando. Seu rosto era muito sereno e cheio de paz. Sidharta ficou muito curioso e pensou : "como pode esse homem permanecer tão tranquilo em meio a tanto sofrimento da velhice, das doenças e da morte?" . Channa lhe disse que esse homem era um monge e que havia dedicado toda a sua vida à busca da verdade.

Sidharta havia, subitamente, encontrado o caminho que ele estava buscando. Naquela mesma noite, ele renunciou a todos os relacionamentos e ligações e foi para a floresta. Sentou-se sob uma figueira (Bodhi) e ficou meditando em busca da verdade. Depois de muitos anos de meditação, ele se iluminou e agora é conhecido como Gautama Buddha.
Ele voltou a viver entre os homens a fim de ensinar o que havia aprendido. Proferiu o seu primeiro sermão em Sarnath perto de Varanasi (Benares). A essência de seus ensinamentos é que o ser humano sofre porque ele nasce na Terra e torna a nascer várias vezes, por causa de seus apegos e desejos. Quando o ser humano renuncia aos apegos e controla os seus desejos, o ciclo de nascimento e morte (Samsara) termina. Todo o sofrimento acaba com o fim do ciclo de nascimento e morte. O ser humano atinge a sua meta última Moksha (liberação), sendo uno com o criador, Paramatma.

Os Ensinamentos de Buddha:

Os ensinamentos de Buddha se espalharam rapidamente por toda a Índia e representou uma reforma na religião hindu. O grande imperador Ashoka foi responsável pela difusão da mensagem de Buddha para o oriente distante, em países como a China e Japão, onde a maioria das pessoas segue os ensinamentos de Buddha.

A essência do pensamento de Buddha pode ser sintetizado em dois princípios:
As Quatro Nobres Verdades e A Nobre Senda Óctupla,
que constituem o alicerce dos ensinamentos budistas.

Os dois princípios se juntam na estrutura dos ensinamentos formando uma unidade indivisível que é o Dharma.

As Quatro Nobres Verdades :

1. A Verdade da Existência do Sofrimento - todos os seres estão sujeitos ao sofrimento;
2. A Verdade da Causa (Origem) do Sofrimento - a causa do sofrimento é o apego;
3. A Verdade da Extinção do Sofrimento - o apego, causa do sofrimento, pode e deve ser superado ou transcendido.
4. A Verdade do Caminho que conduz à Extinção do Sofrimento - indica os meios pelos quais pode-se obter a Extinção do Sofrimento,ou seja, através da Nobre Senda Óctupla.

A Nobre Senda Óctupla :

A Nobre Senda Óctupla é também chamada de 'O Caminho do Meio'; ela proporciona a visão interior e o conhecimento que levam à paz, à sabedoria, à iluminação, ao Nibbana (ou Nirvana).

A Nobre Senda Óctupla é formada pela :

1. Compreensão Correta - começando a trilhar o Caminho, devemos ver a vida de acordo com as suas três características :
a-Impermanência - todas as coisas são impermanentes;
b-Insatisfatoriedade - todas as coisas são insatisfatórias;
c-Impessoalidade - todas as coisas são impessoais;

Devemos ter uma compreensão clara da natureza da existência, da lei moral, dos fatores e dos elementos que irão constituir o reino condicionado da vida ou Samsara. Devemos, então, fazer desse conhecimento a base de aceitação das vicissitudes da vida.

2. Pensamento Correto - significa que a nossa mente deve permanecer pura, livre da luxúria, da má vontade, da crueldade e do apego;

3. Palavra Correta - significa abster-se de mentir, caluniar, de usar palavras ofensivas, fúteis ou vãs. A palavra correta é caracterizada pela sabedoria e pela bondade;

4. Ação Correta ou Conduta Correta - significa abster-se de destruir vidas e desenvolver a amorosidade, não roubar e praticar a generosidade, abster-se de ter uma conduta sexual errônea, de fazer uso de bebidas alcoólicas e de drogas que perturbam a mente;

5. Meio de Vida Correto ou Ocupação Correta - significa que se deve evitar ganhar a vida numa profissão ou ocupação que possa ser prejudicial aos outros seres vivos;

6. Esforço Correto - é subdividido em quatro partes :
a-o esforço para evitar o aparecimento de pensamentos negativos que ainda não surgiram;
b-o esforço para expulsar os pensamentos negativos já existentes;
c-o esforço para surgir pensamentos bons e sadios ainda não existentes;
d-o esforço para manter, cultivar e desenvolver os pensamentos bons e sadios já existentes;

Praticando-se conscientemente o esforço correto, pode-se mais facilmente cultivar os mais elevados ideais espirituais, sendo estes denominados de 'As Dez Perfeições':
Dana - Generosidade
Sila - Moralidade
Nekkhamma - Renúncia
Panna - Sabedoria
Viriya - Energia
Khanti - Paciência
Sacca - Honestidade
Adhitthana - Determinação
Metta - Bondade
Upekkha - Equanimidade

Esses conceitos estão expressos na língua Páli que é utilizada no cânon budista.

7. Plena Atenção Correta - implica num estado constante de percepção das atividades do corpo, das sensações, dos diferentes estados da mente e das idéias surgidas. O desenvolvimento desse tipo de atenção é necessário afim de evitar que o praticante seja guiado para fora do Caminho devido a pontos de vista errados.

8. Concentração Correta  é a última etapa do Caminho. Juntamente com a Plena Atenção formam o núcleo da Meditação.

A Meditação é a atividade que nos leva à realização dos ensinamentos do Buddha, tornando-os parte integrante das nossas vidas ao invés de constituir apenas novos conjuntos de idéias para distrair a mente com especulações.

A Meditação livra-nos dos nossos  hábitos padronizados, particularmente nosso envolvimento com os pensamentos e suas consequências emocionais. Ao mesmo tempo, ela molda e intensifica nosso poder de percepção direta, dá-nos olhos para ver a verdadeira natureza das coisas. O campo da pesquisa somos nós mesmos, e por essa razão o foco da atenção é desviado e focalizado para o nosso interior.


Fonte : Apostila do Agnya Chacra da Sahaja Yoga